domingo, 3 de junho de 2007
Agradecer é a consciência do cheque em branco recebido
Em alguns dias o semestre se acaba e possivelmente com ele o final do meu curso de Cinema estará decretado. Faço parte do grupo sob o signo 2.2004 de finalização justa no tempo de acabar esta jornada dentro do roteiro recebido junto com a entrada no programa proposto pelo curso de cinema.
Foi um caminho intenso e realmente interessante. Poli minha estupidez, aprendi novos truques apesar de cavalo velho. Conheci gente nova e sincera, velha e nem tanto assim e todas as combinações e permutações possíveis destas possibilidades.
Conheci Vertov, revi e reafirmei meu ìdolo maior Murnau. Conheci Rouch e entendi um pouco mais sobre Coutinho e do cinema direto e do veritè. Entrei Ateu e saio temente as forças do acaso sob a desculpa da Agnose. Errei e aprendi a pedir desculpas, mas também fiz as coisas piorarem e perdi a lgo que pode ser o aspecto humano origem do signo milagre. Amizades.
O maior de todos os benefícios não foi descobrir as diversas decupagens, as diversas posições de câmera e microfone, combinações de cores, roteiragens, dramaturgias, montagens aceleradas, rítmicas, tonais, atonais e seja lá ela intelectual ou mais "lourinha". O maior de todos os benefícios e se quisermos chamar assim não seria exagero, o maior de todos os milagres é o encontro de olhos e olhares, a possibilidade de olhar através do outro e possibilitar-se ser olhado por alguém. Emprestar e pegar emprestado aquilo que não é seu, aquilo que não seria seu nunca. Se permitir experimentar afetividades que não faziam parte de sua personalidade, que de tão diversa possa parecer criatividade. Contudo não passa de apropriação do coletivo.
Cabe então aqui apenas agradecer aos amigos, aos companheiros de filmes toscos que fiz e fizeram comigo melhores apesar de mim, agradecer aos Professores e Funcionários do curso que amplificam as potencialidades de recursos em crise, possibilitando sempre algo mais que aprender somente.
Agradecer aos que concluem e aos que desistem e aos que postergam, procrastinam porque realmente não é fácil a jornada.
Obrigado por acenderem a luz nesta vastidão de ignorância encerrada em mim. Nos últimos três anos acredito ter descoberto mais sobre minhas próprias falhas, descontruir paradigmas não é fácil e o máximo que posso fazer é garantir que tentarei.
Seriam muitos nomes de colegas do curso e Professores a serem colocados numa coleção assim emotiva de letras reunidas em torno de agradecimentos e coisas assim, vou ficar sem nomes pois quem brilha e se destaca se conhece.
Cabe aqui muito mais pedir desculpas por não ter feito mais, não ter sido mais praticante de alteridade e paciência, de ter brigado por tolices e mesmo o que não foi tanto assim. Desculpas por decepcionar. Só posso dizer que onde eu não fui bem, aprendi também. Sou consciente do que perdi e lamento.
Contudo fechando para cima, vale o registro de fim de uma fase, de uma alegria coletiva e de chuvas e trovoadas no futuro. Resta agradecer estes últimos três anos, simplesmente assim, valeu rapaziada da Estácio de Sá. Valeu cinema... muitos filmes virão!
Obrigado.
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